domingo, 24 de junho de 2018

Musical vai além de homenagem aos Mamonas




Pode até não parecer, mas até “a Brasília Amarela pegar a Infinita Highway” rodou por muito caminho tortuoso. E apesar de todos os buracos e pedras no caminho chegou ao seu destino: o topo das paradas de sucesso de todo o Brasil. A bordo, os Mamonas Assassinas, um irreverente grupo made in Guarulhos (SP) liderados por seu autointitulado “asno do rock”, Dinho.

“Mamonas – O Musical”, que teve a primeira sessão ontem (23) no Teatro Municipal de Uberlândia, e tem mais uma sessão hoje às 19h e amanhã (25) às 10h30 e 15h, conta com maestria a história dos cinco rapazes de Guarulhos.

Para a maioria dos brasileiros tiveram o que chamamos de uma carreira meteórica, encerrada prematuramente em um acidente aéreo. Porém, o pessoal de Guarulhos já os conhecia há alguns anos como Utopia, uma banda de “rock cabeça” com influências em Titãs, Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii e Rush, entre outros.

É essa fase dos Mamonas que ganha força no musical que tem um roteiro muito bem amarrado de Walter Aguerre e uma direção impecável de José Possi Neto. A trilha sonora, executada ao vivo, traz arranjos exclusivos não só para os sucessos dos Mamonas e Utopia como também para clássicos das bandas que influenciaram os meninos.

Humor refinado que leva às gargalhadas e também emociona por ser uma história que todos sabem o final. O musical, bastante dinâmico, tem momentos semelhantes a vinhetas, tem momentos para o público cantar junto e tem uma energia boa que ganha todo o teatro.

Os Mamonas do musical - Arthur Ienzura (Sérgio), Reginaldo Sama (Bento), Pedro Reis (Samuel), Dinho (Rafael Aragão) e Jessé Scarpelini (Júlio) – contam com um elenco de músico e bailarinos que também atuam e ajudam a contar os bastidores de uma história que nem todos conheciam tão bem.

No resumo da ópera, “Mamonas – O Musical” acaba sendo um pouco mais do que uma homenagem à banda de Guarulhos, mas uma homenagem ao artista brasileiro, ao povo brasileiro que insiste em sorrir quando devia chorar.



SERVIÇO

O QUÊ: “Mamonas – O Musical”
QUANDO: hoje (24), às 19h; segunda-feira (25), às 10h30 e 15h
ONDE: Teatro Municipal de Uberlândia (Av. Rondon Pacheco, 7.070, Tibery)
CLASSIFICAÇÃO: 10 anos
INGRESSOS: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada) já à venda na bilheteria do teatro e pelo site megabilheteria.com (com taxa de conveniência)
INFORMAÇÕES: 3236-1568


Foto by me.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Uberlândia Punk Rock


Eu sou fã do Gabriel Thomaz. Um cara que um dia, há mais de década se bem me lembro, me disse durante uma entrevista: "não tem ninguém mais dependente que o independente". O cara que rodou o mundo com o Autoramas e tem uma história longa no rock nacional é também um incentivador de cenas menores, que insistem em sobreviver nesses interiores desses tantos "Brasis".

O cara que comparece da mesma forma em um programa da Rede Globo e num bate papo com um programa para um desconhecido site de jornal merece o meu respeito. O Gabriel é um cara comprometido com o que faz. E gente boa atrai gente boa. Ele é casado com Érika Martins, que atualmente é sua parceira também no Autoramas. Uma fofa...voz linda, carismática e talentosa. 

Esses dois estarão em Uberlândia na sexta-feira (20), a convite da banda uberlandense Dillinger. Tô fazendo a assessoria do evento local e não é fácil... aproveito esse espaço para contar para vocês como vai ser a sexta-feira punk rock in Udi. E se estiver de bobeira, larga disso e cola lá, vai ser divertido. 

O punk rock da banda tributo Ramonesmania, de Belo Horizonte, abre os shows no Rock N´Beer, a partir das 23h. Depois, a banda uberlandense Dillinger traz convidados ilustres para sua apresentação. Além do músico Michel Platini e Ricardo Simplício, destaques locais, se apresentam com eles a metade da banda carioca Autoramas, Gabriel Thomaz e Érika Martins.


A Dillinger, formada por Max Oliveira (vocal e guitarra), Tatiana Ribeiro (bateria), Thaís Rodrigues (guitarra) e Rafael Mendes (baixo) tem um EP lançado e prepara para agosto o primeiro CD. Nesta noite eles apresentarão em primeira mão uma das músicas do novo trabalho e, claro, com Gabriel e Érika, sons de sucesso com os Autoramas.

Gabriel Thomaz é o que pode se chamar de um operário do rock. Cria do cenário underground de Brasília, onde fundou sua Little Quail and the Mad Birds (1988-1997) e também teve parcerias com bandas como Raimundos, com quem compôs “I saw you saying”, ele já rodou o mundo com o Autoramas, independentemente de ter gravadora ou não, o Autoramas sempre se manteve na ativa com a bandeira do rock hasteada.

No ano passado o compositor lançou o primeiro livro “Magnéticos 90 – A geração do rock brasileiro lançada em fita cassete” (Edições Ideal, 224 páginas, R$ 50). Nele, conta suas memórias que se confundem com a história do rock nacional. O livro teve lançamento em Uberlândia também em um show conjunto com a Dillinger. Gabriel é do tipo de músico que sempre incentiva a cena autoral das cidades em que visita e a parceria com a Dillinger já em de longa data.

Érika Martins surgiu no mercado fonográfico nacional com a banda baiana Penélope (1995-2004), com a qual “Namorinho de Portão”, de Tom Zé, voltou às paradas de sucesso décadas depois de ser escrita. Também é dela a voz feminina em “A mais pedida”, dos Raimundos. Atualmente a cantora e compositora integra o Autoramas. Além de parceiros na música, ela e Gabriel Thomaz são parceiros na vida, são casados há quase 15 anos.

O CD mais recente do grupo é o “O futuro dos Autoramas” (HBB Records, 2016).

SERVIÇO
O QUE: shows com Dillinger (Udi) com participação de Gabriel Thomaz e Érika Martins (Autoramas - RJ), Michel Platini e Ricardo Simplício (Udi) e ainda banda Ramonesmania (BH).
QUANDO: Sexta-feira, 20 de janeiro. Abertura da casa: 20h.
ONDE: Rock N´Beer – Av. Floriano Peixoto, 18, Centro.
INGRESSOS: R$ 10 antecipado e R$ 15 na portaria
INFORMAÇÕES PARA O PÚBLICO: 3231-1772 (a partir das 18h)

Foto 1: Divulgação
Foto 2: Adreana Oliveira


Moana



Moana é uma princesa diferente. Não usa coroa de diamantes (quando usa é de flores), e aliás, nem gosta de ser chamada de princesa. Se diz apenas a "filha do chefe". O filme que leva seu nome, nova produção da Disney, está em cartaz nos cinemas brasileiros e no último sábado (14) foi exibido em uma sessão especial para convidados no Cinemark de Uberlândia.

A heroína polinésia é bela por dentro e por fora, forte, destemida e não descansa enquanto não encontra a própria personalidade e mesmo contra tudo que está estabelecido na ilha em que mora, ela ousa ir além dos recifes, que levavam medo e insegurança ao seu povo.

Moana foi escolhida pelo mar para cuidar do coração de Defiti, retirada pelo semideus Maui. Desde que o coração de Defiti foi retirado, mil anos se passaram e o planeta corria perigo caso ele não fosse devolvido ao seu lugar.

Para encontrar Maui, a princesa teve a companhia de um personagem de pouco papo e muita expressão, o hilário galo Heihei.

Indicado para todos os públicos, "Moana" traz um recado que há muito tempo não passa mais despercebido: às vezes "desprincesalizar" é preciso. Uma menina, uma mulher, é muito mais forte e segura quando se aceita como é, não teme opiniões divergentes e sabe respeitar outras opiniões. Sabe também que é preciso saber a quem se aliar quando precisa.

Uma animação com belíssimas imagens e uma trilha sonora que deve grudar nos ouvidos das crianças e dos adultos, mas que não deve ser um novo "Let it go" (tema de Frozen que caiu no gosto da meninada).

Assista ao trailer.

SERVIÇO
"Moana - Um mar de aventuras". Animação. 113 minutos. Classificação livre. Em cartaz nas redes Cinemark e Cinépolis em Uberlândia e em outras redes de todo o Brasil.

Foto: Divulgação

domingo, 8 de janeiro de 2017

O mundo repleto de filtros de Mariah Carey


Enquanto aguardava o Globo de Ouro, 74ª edição, assisti a uma mini-maratona com os quatro primeiros episódios do documentário/reality “Mariah´s World”, dividido em oito episódios exibidos para o Brasil pelo E!.

Gosto muito de documentários musicais, claro que minha preferência é por rock mas não dispenso alguns registros da pop music. No caso deste em específico, que mostra os bastidores da mais recente turnê europeia de Mariah Carey (“Sweet, Sweet Fantasy”), ficam claros conflitos internos de sua equipe. Em um momento ela relembra a origem humilde, mas pelo que se vê em seguida a ostentação faz parte do dia-a-dia da diva.

Mas creio que o público em geral deve sentir falta de uma Mariah sem filtro – algo como vimos em documentários de Madonna, Beyoncé, entre outras -  o que, até o momento, não se viu. A cantora aparece o tempo todo extremamente produzida. Uma mecha de cabelos fora de lugar pode levar à demissão do cabeleireiro da turnê.

Incomoda o fato de Mariah não celebrar o aniversário por não querer “ficar velha”. Essa busca da juventude e da beleza eternas devem ser algo com que a cantora deve ficar muito atenta porque o tempo passa para todo mundo.

“Mariah´s World” é um produto para os fãs e principalmente para a cantora pelo que se viu até agora. 

Em tempo, a turnê passaria pelo Brasil e foi cancelada e o noivado dela com o bilionário James Packer também acabou em outubro passado.

Assista ao trailer.

SERVIÇO
“Mariah´s World” é exibido às terças-feiras pelo canal E!Entertainment Television, às 23h.

FOTO: DIVULGAÇÃO

quinta-feira, 25 de abril de 2013

I´ll be there for you: Meus feijões mágicos

Voltei a rever "Friends" desde a primeira temporada no dia daquele atentado a bomba em Boston. Coincidentemente um dia no qual também tive vontade de sair por ai distribuindo socos e pontapés. "Respira. Essa não sou eu...", pensei.

E sempre quando algo muito ruim acontece eu recorro a "Friends" e dessa vez, ali nos primeiros episódios, estava algo para me lembrar que o que importa mesmo são as pessoas que se importam com você. Os outros estão de passagem e provavelmente não farão diferença na sua vida. Estão ai só para tentar te tirar do seu curso.

Quando a Rachel olha para Ross, Chandler, Monica, Phoebe e Joey e diz "eu encontrei meus feijões mágicos"... era eu ali, naquela hora... me lembrando dos amigos que eu tenho, que são poucos, mas sempre estão ali por mim... São aqueles que quando eu preciso, sabem ser durões comigo, por mais que eu ache exagero um tapa na sala de aula, mas tudo bem :). Foi com amor!

E não só para secarem minhas lágrimas. Estão por perto para rir, para ver filmes, para promover encontro dos gêmeos Snoopy, para se debandarem do Copam para o Credicard Hall só para eu não voltar sozinha depois do show do Offspring... Tem aqueles que sempre me dão carona, assim eu chego mais rápido em casa para não fazer nada...vocês sabem que eu adoro não fazer nada! Ou para colocar algumas coisas nas gavetas em ordem...porque vocês também sabem que eu odeio desordem :)

Me emprestam suas casas - mesmo quando não estão - e são lugares onde eu me sinto em casa. Entendem que apesar dessa fortaleza ao redor de mim tem esse tal "coração cor de rosa" que insistem em dizer. Meus amigos até querem que eu tenha um animal de estimação..acham que vai me ajudar.

Acho que ainda não está na hora...ainda fico muito tempo longe de casa, na casa daqueles que me levam para suas casas... e dividem comigo seus animais de estimação! E às vezes eles parecem bravos, muito bravos, mas eu não tenho medo, porque eles também percebem que eu sou de casa!

Meus amigos me ajudam a crescer. Mesmo se ficamos alguns meses, ou anos sem nos vermos, quando nos encontramos é como se o tempo não tivesse passado. E eles sabem que podem contar comigo também...são meus feijões mágicos! Feijões fortes que me ajudam a carregar as malas sabe-se lá por quanto tempo e por quantas estações que vamos passar.

Eles sabem quem são...com o tempo vou escrever algo para cada um... mas hoje, vou lembrar de uma situação das mais recentes. Na qual eu cresci muito. "Você não imagina o quanto está linda ai arrasada desse jeito". Eu não sabia sorrir naquela hora... mas quando vi refletida a minha situação no rosto da Pri eu percebi que aquela não era eu. 

Por que eu dei a alguém o poder de destruir por completo minha auto estima? Isso foi importante para uma mudança, que por mais que a gente tente, não vem assim, do nada. Eu já havia estado em situações piores, mas não tinha ninguém para presenciar o estado em que eu ficava. Por isso eu achava que era normal ficar daquele jeito... não fazia mal nenhum...

Só me corroía por dentro. Ali, na sala daquele kitnet na 15 de novembro, quando o sol já estava alto, eu percebi, no olhar, o quanto aquela moça linda, talentosa e companheira gostava de mim! Mesmo que eu não tivesse nada para oferecer a ela. A Pri se importa e sei que meus amigos se importam. Mas foi nos olhos dela que eu, depois de muitos anos envolta em quartos escuros, deixei entrar um pouco de luz. 

Talvez você não saiba, Pri, mas, naquele dia você me ajudou a crescer. Você me pegou ali, na pontinha do abismo...Eu decidi algo. Sei que ainda vou passar por situações semelhantes, e passei depois daquele dia, mas não me permito mais de 24 horas de isolamento. Não fico mais meses sentindo pena de mim mesma por conta de quem não vale a pena. Aprendi que muita gente diz "eu te amo" da boca pra fora. A boca fala o que as ações não provam. Aprendi que por pessoas como você, sempre vale a pena sorrir! Obrigada.

E pra vocês, que importam pra mim, saibam que eu sempre estarei aqui por vocês...


I´ll be there for you (The Rembrandts)

So no one told your life was gonna be this way
Your job's a joke
You're broke
Your love life's D.O.A.
It's like you're always stuck in second gear
When it hasn't been your day
Your week, your month
Or even your year, but...

Chorus
I'll be there for you
(When the rain starts to pour)
I'll be there for you
(Like I've been there before)
I'll be there for you
('Cause you're there for me too)

You're still in bed at ten
And work began at eight
You've burned your breakfast so far
Things are going great
Your mother warned you there'd be days like these
But what she didn't tell you when
The world has brought your down to your knees at...

(Chorus)
No one could ever know me
No one could ever see me
Seems you're the only one who knows
What's like to be me
Someone to face the day with
Make it through all the rest with
Someone I'll always laugh with
Even at my worst I'm best with you
Yeah!

It's like you're always stuck in second gear
When it hasn't been your day
Your week, your month
Or even your year...

(Chorus)
I'll be there for you
('Cause you're there for me too).

Foto: Divulgação



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

M.I.A.

Vou dar uma volta. Sem hora pra dormir ou acordar. Sem nada na agenda. Hora de organizar os achados e perdidos...achar e perder mais, perder e achar. M.I.A., uma expressão conhecida entre os norte-americanos para militares desaparecidos em combate dá nome a uma música do Foo Fighters do disco “There´s nothing left to lose”. Aliás, título apropriado para o momento também.


Há quem pense que eu sou assim “orgulhosa demais e que tem prazer em ficar deprimida”. Não é bem assim...

Confiram a letra. Não tem vídeo oficial, mas separei o áudio aqui pra vocês. Vale ouvir o disco todo, muito bom, mas agora é hora de “M.I.A.”. Foo Fighters estará no Brasil em abril no Lollapalooza. Vamos?


M.I.A. – FOO FIGHTERS – do album “There´s nothing left to lose” (1999)

Call and I'll answer at home in the lost and found
You say that I'm much too proud
Someone who's taking pleasure in breaking down

Nevermind the mannequins, drunk in their hollow town
Drinking their spoils down, cheap imitations
The revelation is now
You wont find me I'm going M.I.A.
Tonight I'm leaving going M.I.A.
Getting lost in you again is better than being numb

Counting every minute till the feeling comes crashing down
Run when it hits the ground
I'm good at escaping
But better at flaking out

Call in unanswered the center becomes blown out
Stuck on the inside now
It's fear I'm embracing
I never could face you down

You wont find me I'm going M.I.A.
Tonight I'm leaving going M.I.A.
Getting lost in you again is better than being numb
Red, red, laced around your head
Cold and rescued (6x)

Call and I'll answer at home in the lost and found
You say that I'm much too proud
Someone who's taking pleasure in breaking down
You wont find me I'm going M.I.A.
Tonight I'm leaving going M.I.A.
So you don't find me I'm going M.I.A.
Tonight I'm leaving going M.I.A.
Say good-bye to me I'm going M.I.A.
I can find relief I'm going M.I.A.
Getting lost in you again is better than being numb
Better than being numb
Better than playing dumb.

FOTO: Heli Karppa

domingo, 4 de dezembro de 2011

LET DOWN


Acho que já devo ter dito ou escrito que a música pode mudar as pessoas. Estou mudando este conceito, mas não de forma gratuita. Por experimentação mesmo.


Tente você em um momento de alegria esfuziante ouvir o disco “Our Love to Admire”, do Interpol, por exemplo. Não vai te contaminar. Da mesma forma, se a escuridão tomou conta da tua alma e estás a arrastar o nariz no chão, não tem “Killing in the Name” que te levante o astral. Simplesmente, não dá.

E é por isso que, apesar de não ser fã de The Doors, aprecio muito uma canção chamada “When the music is over”. Mais especialmente dos versos “música é seu amigo especial... música é seu é seu único amigo... até o fim”. E sabe por que? Porque ela não tem o poder de te mudar, ela tem o poder de te fazer companhia em qualquer estado em que se encontre.

A música compartilha o seu momento, independentemente de ser reproduzida porque ela pode estar apenas na sua mente. Você faz seu videoclipe por entre os versos que rouba de outros autores que às vezes nem passaram por aquela situação, mas de repente, aquelas palavras são suas. “Você sabe no que se meteu”. E se tiver que ficar no fundo do poço por isso, fique. Não vai piorar, daí em diante o céu é o limite, não é mesmo?

A concepção da composição pode ter um motivo totalmente diferente do seu, o que não tira sua veracidade...e tal canção pode até se antecipar ao seu estado de espírito, antecipar uma tempestade. Aconteceu isso comigo com “Let Down”, do Radiohead. Ficou assim, ressoando na minha cabeça por horas e horas... A gente às vezes funciona muito mais como máquina do que imagina.

E nessa maquinaria diária algumas coisas se perdem, outras se acham, e o congestionamento das vias razão e emoção complicam o seu tráfego interno e a verdadeira bagunça só vai ser percebida muito tempo depois.

A música não te pede pra mudar, nem te força a isso porque, só você tem esse poder, nada nem ninguém pode fazer isso por ti. Então, se tiver que mudar algo, ela vai te acompanhar e te mostrar o caminho enquanto mostra o que você precisa entender sobre os próprios problemas.

Esse vídeo que eu coloquei não está muito bom. Tenho em VHS esse show, presente da Dani Santangelo que gravou pra mim há muitos anos. Aprecio muito esse material. Foi gravado no Hammerstein Ballroom em Nova York na tour do “Ok Computer”, se não me engano. Parece que não só o Thom, como todos os músicos ali no palco choram por dentro.

É um dos shows que vi assim, via vídeo, que mais me marcou. O Thom praticamente não abriu os olhos (por favor, sem piadinhas) durante toda a apresentação, fez isso em raros momentos. Muita introspecção...muito rico.



LET DOWN – RADIOHEAD – do álbum “Ok Computer” (1997)

Transport, motorways and tramlines
Starting and then stopping
Taking off and landing
The emptiest of feelings
Disappointed people
clinging on to bottles
And when it comes it's so… so disappointing

Let down and hanging around
Crushed like a bug in the ground
Let down and hanging around

Shell smashed, juices flowing
Wings twitch, legs are going
Don't get sentimental
It always ends up drivel
One day I'm going to grow wings
A chemical reaction
Hysterical and useless
Hysterical and ...

Let down and hanging around
Crushed like a bug in the ground
Let down and hanging around

Let down again
Let down again
Let down again

You know, you know where you are with
You know where you are with
Floor collapsing
Floating, bouncing back
And one day....
I am going to grow wings
A chemical reaction
Hysterical and useless
Hysterical and...

Let down and hanging around
Crushed like a bug in the ground
Let down and hanging around.


FOTO: ADREANA OLIVEIRA