quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

M.I.A.

Vou dar uma volta. Sem hora pra dormir ou acordar. Sem nada na agenda. Hora de organizar os achados e perdidos...achar e perder mais, perder e achar. M.I.A., uma expressão conhecida entre os norte-americanos para militares desaparecidos em combate dá nome a uma música do Foo Fighters do disco “There´s nothing left to lose”. Aliás, título apropriado para o momento também.


Há quem pense que eu sou assim “orgulhosa demais e que tem prazer em ficar deprimida”. Não é bem assim...

Confiram a letra. Não tem vídeo oficial, mas separei o áudio aqui pra vocês. Vale ouvir o disco todo, muito bom, mas agora é hora de “M.I.A.”. Foo Fighters estará no Brasil em abril no Lollapalooza. Vamos?


M.I.A. – FOO FIGHTERS – do album “There´s nothing left to lose” (1999)

Call and I'll answer at home in the lost and found
You say that I'm much too proud
Someone who's taking pleasure in breaking down

Nevermind the mannequins, drunk in their hollow town
Drinking their spoils down, cheap imitations
The revelation is now
You wont find me I'm going M.I.A.
Tonight I'm leaving going M.I.A.
Getting lost in you again is better than being numb

Counting every minute till the feeling comes crashing down
Run when it hits the ground
I'm good at escaping
But better at flaking out

Call in unanswered the center becomes blown out
Stuck on the inside now
It's fear I'm embracing
I never could face you down

You wont find me I'm going M.I.A.
Tonight I'm leaving going M.I.A.
Getting lost in you again is better than being numb
Red, red, laced around your head
Cold and rescued (6x)

Call and I'll answer at home in the lost and found
You say that I'm much too proud
Someone who's taking pleasure in breaking down
You wont find me I'm going M.I.A.
Tonight I'm leaving going M.I.A.
So you don't find me I'm going M.I.A.
Tonight I'm leaving going M.I.A.
Say good-bye to me I'm going M.I.A.
I can find relief I'm going M.I.A.
Getting lost in you again is better than being numb
Better than being numb
Better than playing dumb.

FOTO: Heli Karppa

domingo, 4 de dezembro de 2011

LET DOWN


Acho que já devo ter dito ou escrito que a música pode mudar as pessoas. Estou mudando este conceito, mas não de forma gratuita. Por experimentação mesmo.


Tente você em um momento de alegria esfuziante ouvir o disco “Our Love to Admire”, do Interpol, por exemplo. Não vai te contaminar. Da mesma forma, se a escuridão tomou conta da tua alma e estás a arrastar o nariz no chão, não tem “Killing in the Name” que te levante o astral. Simplesmente, não dá.

E é por isso que, apesar de não ser fã de The Doors, aprecio muito uma canção chamada “When the music is over”. Mais especialmente dos versos “música é seu amigo especial... música é seu é seu único amigo... até o fim”. E sabe por que? Porque ela não tem o poder de te mudar, ela tem o poder de te fazer companhia em qualquer estado em que se encontre.

A música compartilha o seu momento, independentemente de ser reproduzida porque ela pode estar apenas na sua mente. Você faz seu videoclipe por entre os versos que rouba de outros autores que às vezes nem passaram por aquela situação, mas de repente, aquelas palavras são suas. “Você sabe no que se meteu”. E se tiver que ficar no fundo do poço por isso, fique. Não vai piorar, daí em diante o céu é o limite, não é mesmo?

A concepção da composição pode ter um motivo totalmente diferente do seu, o que não tira sua veracidade...e tal canção pode até se antecipar ao seu estado de espírito, antecipar uma tempestade. Aconteceu isso comigo com “Let Down”, do Radiohead. Ficou assim, ressoando na minha cabeça por horas e horas... A gente às vezes funciona muito mais como máquina do que imagina.

E nessa maquinaria diária algumas coisas se perdem, outras se acham, e o congestionamento das vias razão e emoção complicam o seu tráfego interno e a verdadeira bagunça só vai ser percebida muito tempo depois.

A música não te pede pra mudar, nem te força a isso porque, só você tem esse poder, nada nem ninguém pode fazer isso por ti. Então, se tiver que mudar algo, ela vai te acompanhar e te mostrar o caminho enquanto mostra o que você precisa entender sobre os próprios problemas.

Esse vídeo que eu coloquei não está muito bom. Tenho em VHS esse show, presente da Dani Santangelo que gravou pra mim há muitos anos. Aprecio muito esse material. Foi gravado no Hammerstein Ballroom em Nova York na tour do “Ok Computer”, se não me engano. Parece que não só o Thom, como todos os músicos ali no palco choram por dentro.

É um dos shows que vi assim, via vídeo, que mais me marcou. O Thom praticamente não abriu os olhos (por favor, sem piadinhas) durante toda a apresentação, fez isso em raros momentos. Muita introspecção...muito rico.



LET DOWN – RADIOHEAD – do álbum “Ok Computer” (1997)

Transport, motorways and tramlines
Starting and then stopping
Taking off and landing
The emptiest of feelings
Disappointed people
clinging on to bottles
And when it comes it's so… so disappointing

Let down and hanging around
Crushed like a bug in the ground
Let down and hanging around

Shell smashed, juices flowing
Wings twitch, legs are going
Don't get sentimental
It always ends up drivel
One day I'm going to grow wings
A chemical reaction
Hysterical and useless
Hysterical and ...

Let down and hanging around
Crushed like a bug in the ground
Let down and hanging around

Let down again
Let down again
Let down again

You know, you know where you are with
You know where you are with
Floor collapsing
Floating, bouncing back
And one day....
I am going to grow wings
A chemical reaction
Hysterical and useless
Hysterical and...

Let down and hanging around
Crushed like a bug in the ground
Let down and hanging around.


FOTO: ADREANA OLIVEIRA

BLACK - JUST BREATHE

Não tenho o que reclamar deste ano no que se refere a shows. Ver a turnê de 20 anos do Pearl Jam foi algo intenso, gratificante, nostálgico até. Há laços musicais que eu crio para substituir outros tipos de comprometimento, acabei de perceber isso.



Na PJ 20 assisti shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre para somar aos outros três da tour de 2005 e a um show em 2007 na Alemanha. E ainda tem espaço pra mais. A parte nostálgica dessa conexão “Black”.


Essa música tem uma letra fantástica que se junta a um instrumental precioso e ilustra uma história que faz parte da vida de muita gente. Uma situação me levou de volta há 20 anos, quando senti que tive o coração quebrado pela primeira vez.


Estranho isso...ter o coração quebrado...não quero nem ouvir o que Sheldon Cooper, meu ídolo do “The Big Bang Theory” diria ao escutar esta frase. Mas aqui não se lava tudo ao pé da letra.


Você já viu a pessoa de quem gosta com outra pessoa? É ruim, não é? Uma sensação péssima. Mas não é a pior do campo sentimental pra mim. Pior do que ver o objeto do seu afeto com outra pessoa é vê-lo com sua melhor amiga.


Em qualquer outra situação essa amiga seria o seu porto seguro, no colo de quem você poderia chorar sem ser julgado, deixar as lágrimas saírem até que o sono chegasse...caso chegasse... Me lembrei hoje como foi isso na minha adolescência.


O tempo passou, mas a dor é a mesma. Eu mudei? Sim. Pra melhor? Não sei. Às vezes sinto que me falta o tal do “amadurecimento”, mas sempre que paro para pensar nisso parece que tá tudo certo comigo...é sempre assim, errados são os outros... e isso aqui vai ser sempre a minha versão. E não tem como passar isso em palavras...não mesmo.


Quando rolou esse lance com a minha amiga do colegial foi numa festa que a gente costumava fazer na casa de um ou de outro. Cada um levava os discos que queria ouvir, o que queria beber, se dividia tudo. Tive uma boa turma naquela época.


Eu estava com o “Ten”, claro que tocou “Black”. Não sei se foi isso mesmo que aconteceu, mas parece que eu adormeci encolhida dentro de um armário embutido abraçada ao disco. Queria me esconder porque, isso ainda persiste, não sou muito bem articulada pra falar. Está ai a origem do meu gosto pelo jornalismo impresso. Parece mais fácil dialogar com o papel.


Agora eu não tinha onde me esconder. Pelo contrário, acho que apareci até demais. E sei porque...bebi mais do que deveria e eu detesto isso. Fico muito mais sensível pra captar as coisas e muito vulnerável. Isso faz com que a dor aumente...e muito. Não tem o que anestesie.


Então, o “Ten” foi meu porto seguro lá, volta a ser aqui. E tem aquela frase que parece que vai me acompanhar pelo resto dos meus dias... “sei que você será uma estrela no céu de outra pessoa...por que não poderia ser no meu?”.






Além de ouvir “Black” na turnê ouvi “Just Breath”, mais recente. Mas com aquela letra que só Eddie Vedder poderia escrever. Descobri ai meu epitáfio. E enquanto a dor não passa a música me abraça. Simples assim.


Continuo amiga daquela menina da época do colégio. Não nos vemos muito, mas sei que ela não quis me magoar, do mesmo jeito que essa que tá mais presente comigo agora também não. Eu procuro “enxergar” as pessoas, quando olho para elas eu realmente as vejo. Queria que fosse o contrário de vez em quando.


Como disse, não sou muito boa com palavras...e não saber dizer o que se sente, ou não querer, sei lá, é complicado. “...eu te disse que preciso de você? Disse que te quero? Se não...eu sou um idiota, você pode ver...por que ninguém sabe disso mais do que eu...” Eddie Vedder de novo, em “Just Breathe”.


E sim, eu entendo...amigos são poucos que fazemos com o passar do tempo. Sou grata pelos que tenho mas é impossível impedir que algum dia um deles me magoe, mesmo sem querer. Só não queria ser tão vulnerável em algumas situações...preciso trabalhar isso. O choro, não para. Não cessa...vem crescendo de dentro pra fora e toma forma nessas gotas salgadas que ressecam meu rosto. Por agora. Vai passar. Um desapontamento sempre dá lugar a outro.






BLACK – do álbum “Ten” (1991)


Hey, oh

Sheets of empty canvas
Untouched sheets of clay
Were laid spread out before me
As her body once did


All five horizons
Revolved around her soul
As the earth to the sun
Now the air I tasted and breathed
Has taken a turn


Oh and all I taught her was everything
Oh I know she gave me all that she wore


And now my bitter hands
Chafe beneath the clouds
Of what was everything
Oh the pictures have
All been washed in black
Tattooed everything


I take a walk outside
I'm surrounded by
Some kids at play
I can feel their laughter
So why do I sear


Oh, and twisted thoughts that spin
Round my head
I'm spinning
Oh, I'm spinning
How quick the sun can, drop away

And now my bitter hands
Cradle broken glass
Of what was everything
All the pictures had
All been washed in black
Tattooed everything

All the love gone bad
Turned my world to black
Tattooed all I see
All that I am
All I'll be
Yeah


I know someday you'll have a beautiful life
I know you'll be a star
In somebody else's sky
But why
Why
Why can't it be
Why can't it be mine.



JUST BREATHE – do álbum “Backspacer” (2009)


Yes, I understand that every life must end, aw-huh,
As we sit alone, I know someday we must go, aw-huh,..
Oh I'm a lucky man, to count on both hands
the ones I love
Some folks just have one,
yeah, others, they've got none, huh-uh

Stay with me
Let's just breathe.


Practiced are my sins,
never gonna let me win, aw-huh,..
Under everything, just another human being, aw-huh
Yeah, I don't wanna hurt, there's so much in this world
to make me bleed.

Stay with me
You're all I see.

Did I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see,..
No one knows this more than me.

As I come clean.
I wonder everyday
as I look upon your face, aw-huh
Everything you gave
And nothing you would take, aw huh
Nothing you would take
Everything you gave...

Did I say that I need you?
Oh, did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me.
As I come clean, ah-ah...

Nothing you would take,..
Everything you gave.
Love you till I die,..
Meet you on the other side.


FOTOS: ADREANA OLIVEIRA

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Giz - Renato Russo

Esses dias eu peguei o "A Tempestade ou o Livro dos Dias", da Legião, e coloquei para tocar. Foi ai que me lembrei o por que de ele estar meio escondido há alguns anos: é doloroso pacas! Ouvir o Renato cantar aquelas músicas, na situação em que estava, é como se cortasse de dentro pra fora. Versos como: "meu coração não quer deixar, meu corpo descansar, e teu desejo inverso é velho amigo" (O Livro dos Dias); ou "hoje a tristeza não é passageira, hoje fiquei com febre a tarde inteira e quando chegar a noite, cada estrela parecerá uma lágrima" (A Via Láctea); "beba desse sangue imundo, e você conseguirá dinheiro" (Natália) é de se partir o coração.


Mas, aquele que para mim é o maior poeta da música brasileira, dentro do estilo de vida que adotei, sempre foi assim, verdadeiro. E não importa sobre o que falava, sempre tinha o jeito dele. Que outra pessoa conseguiria fazer uma receita como em "Anjos"? "Coloque tudo numa forma untada previamente com promessas não cumpridas...adicione a seguir o ódio e a inveja e três colheres cheias de burrice"... e ainda fazer disso algo cantarolável e dançável.

Ah Renato Russo, que falta você faz... e que pessoa de sorte eu sou por conseguir dizer olhando nos teus olhos tudo que a Legião representava (e representa) para mim, naquele início de noite de 21 de agosto de 1992, quando a turnê de "V" passou por Uberlândia. Como meu pai não me deixava ir a shows de rock o jeito era tentar encontrar a Legião na porta do hotel Universo. E deu certo...

Primeiro o Marcelo Bonfá, creio que quando ele chegou já era da passagem de som no Uberlândia Tênis Clube (UTC), anotei o horário no verso da folha dos autógrafos...Depois o Bonfá, parecia um boneco de tão belo. E a noite caiu e nada de Renato Russo aparecer.

O fluxo de pessoas diminuiu...e por volta das 19h lá veio ele...caminhando calmamente pelo saguão...segurando um maço de Hollywood, um isqueiro, vestindo calça estilo UsTop azul escura e camisa no mesmo tom...sapatos pretos...ah, e o óculos.


Algumas pessoas, que não passavam de uns seis ou sete, estavam com o disco, duplo, para ele autografar. Eu levei meu caderno no qual escrevia as letras da Legião. E o que dizer? Nada, falei meu nome quando ele perguntou...e naquela época eu achava que me chamava Adriana...então, ganhei um coraçãozinho sobre o "i".

O pessoal que ia para o show se mandou e eu já ia para casa. Parei antes de chegar na Tubal Vilela. "O Reanto Russo ali e eu vou embora sem falar nada com ele? Já vou levar bronca em casa mesmo, que seja". Voltei pra porta do Universo. E lá fiquei esperando ele voltar do restaurante que era bem em frente, só atravessar de uma calçada pra outra a Duque de Caxias.

E quando ele voltou não sei como tive voz para chamá-lo. Tipo, quem sou eu pra chamar Renato Russo? E ele atendeu. E por uns cinco ou dez minutos, não tenho noção exata do tempo que passou, nós conversamos...sobre a Legião, sobre "Vento no Litoral" e como aquelas músicas me ajudavam e às vezes traduziam o que eu não conseguia explicar. Já contei essa história outras vezes e vou continuar a contar...é algo bom de lembrar.


Eu era estagiária na CTBC, ali no "prédio da 236" em 11 de outubro de 1996. A manhã estava meio cinza quando vi uma chamada do "Jornal Hoje" falando da morte de Renato Russo. "Como assim?". Ele manteve-se discreto em seus últimos dias. Não fez alarde, descansou. E uma as primeiras pessoas que encontrei após a notícia foi a Adriana Faria, jornalista responsável pela comunição lá. Esses dias, no London, nos reencontramos no show do Renato Quase Russo e nos lembramos daquela tarde.

Chorei muito...fui pra casa, entrei no quarto, apaguei a luz. Um amigo ligou, deixou recado com a minha mãe e dizia saber "da minha tristeza". Uma tristeza que não era, e não é, só minha e que vez ou outra, vai voltar. E isso só entende quem tem essa conexão com a música que transforma e que é eterna.

Força sempre!

E Renato Russo disse a composição de que mais se orgulhava era "Giz" (O Descobrimento do Brasil, 1993)... uma canção simples e com várias interpretações e significados, assim como a vida da gente.



E mesmo sem te ver
acho até que estou indo bem
só apareço, por assim dizer
quando convém aparecer
ou quando quero
quando quero

Desenho toda a calçada
acaba o giz tem tijolo de construção
eu rabisco o sol que a chuva apagou
quero que saibas que me lembro
queria até que pudesses me ver
és parte ainda do que me faz forte
e pra, ser honesto, só um pouquinho infeliz

Mas tudo bem, tudo bem, tudo bem
mas tudo bem, tudo bem, tudo bem
lá vem, lá vem, lá vem de novo
acho que estou gostando de alguém
e é de ti, que não esquecerei...

Quando quero...
quando quero...
quando quero...
eu rabisco o sol que a chuva apagou
acho que estou gostando de alguém...


Fotos: Divulgação. A do Renato sozinho é da Folha

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

GLYCERINE - UMA PAUSA

Para variar estou em uma correria louca. Trabalho, trabalho e mais trabalho. E isso não é uma reclamação. Eu gosto do que faço e agradeço todos os dias por ter a chance de estar envolvida em coisas que são importantes para manter a minha conexão com música, com o rock. Quando sai da faculdade prometi a mim mesma que trabalharia com jornalismo e com isso, de alguma forma, faria o que pudesse por este estilo de vida, que tanto faz por mim.

Seja na hora em que estou desesperada por conta de um deadline que não pode ser cumprido, quando fico p* da vida por ter dado uma informação incorreta ou digitado algo errado que foi para o papel, quando fico feliz após entrevistar uma figura que tem tudo a ver com o que acredito...em qualquer um desses momentos tem uma trilha sonora. Frases que eu queria dizer...mas é melhor cantar.

Às vezes é preciso uma pausa...e tirei ela agora. Ao som de "Glycerine", do Bush. Não é saudosismo, ou será que é? Tem tanta coisa legal gravada nos anos 90 e não trocaria minha adolescência neste período por nada. Um arranjo bacana, aqueles riffs da guitarra embalando aqueles versos dúbios na voz rouca do Gavin, tão próprios de quem quer ter o direito de mudar de humor a cada estação...ou de hora em hora.

O Fernando Boente me disse aqui na redação há pouco quando comentei que estava com vontade de colocar o som bem alto e sair dançando e cantando..."você está apaixonada". Estou sim, sempre. E isso machuca...mas quer saber? É infinitamente melhor do que não sentir nada.


Não sei até quando isso vai. Só deixo ir...e "Glycerine" tem várias frases que têm muito a ver comigo nos momentos em que tento entender por que tanta coisa demora para ir embora...para ser esquecida ou por que jamais o são... Ai uma versão ao vivo em Woodstock, em 1999.


BUSH – GLYCERINE – DO ÁLBUM SIXTEEN STONE (Interscope, 1994)
Must be your skin that I'm sinkin in
must be for real cause now I can feel
and I didn't mind it's not my kind
not my time to wonder why


Everything's gone white
 and everything's grey
now your here, now you away
I don't want this remember that
I'll never forget where your at


Don't let the days go by
 glycerine , glycerine


I'm never alone
I'm alone all the time
are you at one or do you lie
we live in a wheel where
everyone steals

but when we rise
it's like strawberry fields



If I treated you bad
you bruise my face
couldn't love you more
you got a beautiful taste


Don't let the days go by
could have been easier on you
I coudn't change though
I wanted to
could have been easier
by three
our old friend
fear and you and me



Glycerine, glycerine]
don't let the days go by
g
lycerine
don't let the days go by


Glycerine, glycerine...
Glycerine, glycerine...


Black moon white again...
black moon white again...
and she falls around me


when we wanted us less I
could not kiss just regress
 it might just be clear
 simple and plain
that's just fine that's
just one of my names


Don't let the days go by
 could've been easier on you ...you...you...
glycerine, glycerine, glycerine, glycerine...
I needed you more

terça-feira, 3 de maio de 2011

A Song For Sleeping

Ontem liguei para uma amiga minha que mora em Nova Jersey (EUA). Eu estava na rua, a caminho de casa. Ela está gravidade de pouco mais de oito meses. Como tocou cinco vezes e não atendeu, desliguei. Passou um tempinho e ela ligou de volta super preocupada...Viu a ligação perdida do Brasil e pensou que pudesse ser a mãe dela com a notícia de alguém...



Ela está grávida de oito meses, do primeiro filho, ou seja, pode dar à luz a qualquer hora. Eu só queria saber como ela estava e dizer o quanto estou feliz por ela, que está uma grávida linda e saudável. Só isso. Pode parecer que não é nada especial, mas é.


Ultimamente, com tantos murais virtuais para se postar as coisa as pessoas não ligam muito umas para as outras. Eu não gosto muito de telefone mesmo, mas às vezes acho necessário este carinho. Afinal, ela está muito longe, não tem como eu pegar um ônibus e chegar lá em 20 minutos...


Dessa forma, quando alguém liga, dependendo do horário, lá vem má notícia. As coisas não tinham que ser assim... Mais tarde falei com ela. Rô está feliz, aquela voz sempre alegre, acelerada e potente. Um exemplo de persistência essa menina que quando saiu daqui mau sabia falar Hello-Goodbye! Hoje está lá, feliz, ao lado do Mike, um husband incrível, e agora vai ser mãe. Daqui a alguns dias...pode até ser taurino...Taurinos são muito bons para o planeta 


Como o assunto é bebê, eu não escrevi nada sobre filho, porque ainda não tenho nenhum. Mas tem uma música linda do Stone Temple Pilots, “A Song For Sleeping”, que eu chamo de “Noah”. Noah é o nome do filho do Scott Weiland, vocalista da banda.


E o engraçado é que dia desses o Conrado, baixista da Leave Me Out, me perguntou o nome de alguma outra música do Stone Temple Pilots que não fosse “Plush”, incrível, só lembrei dessa...acho que é porque se misturaram um pouco com as do Velvet Revolver...


Para a família Conz Lucas.




A Song For Sleeping - Stone Temple Pilots, do disco Shangri-La Dee Da (2001)


Finally I've met you
The day has come
You're more than beautiful
And you're my son
I don't deserve this

I never thought it could be
Quite like the moment
When you first smiled at me
A toothless, wonderful feeling
Like I'd never seen

It's you, Noah, it's you

And when you lie down to sleep
I'll protect you
From the demons of the night
While I'm watching you grow

I'll pray

There's so much I could teach you
If you only have the time
Pray
There's so much God can teach you
If you only have the time

So will you tell me the little things?

What does God look like?
And angels' wings?
I don't remember these things
So would you teach them to me?
So for the moment
I'll watch you breathe
And when you wake up in the morning
And I pour the coffee
You're always smiling sweetly.

Foto: Divulgação

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Brother

Voltei. Vocês já devem estar cansados das minhas idas e vindas. Mas, são as prioridades elencadas no dia a dia e certa preguiça que não me deixam postar aqui regularmente. Leia-se uma preguiça produtiva do tipo que me leva a assistir seriados todas as noites, ler alguns livros e dormir muito quando tenho essa oportunidade.

Tô roubando versos de "Brother", do Alice in Chains hoje. Isso porque fiquei muito, mas muito furiosa na semana passada...Estava passando pela praça Tubal Vilela, no Centro de Uberlândia, com o iPod off porque estava descarregado. E isso, é terrível pra mim, uma tortura porque não tenho apreço por ouvir conversas que não são direcionadas a mim.

Daí ouvi palavras familiares tipo "Brother". Você não tem noção do desrespeito que o moleque falava dessa música. Diminui o passo para deixá-lo passar na minha frente. Eram três garotos do tipo que acabaram de fazer 18 anos, conseguiram o direito de se tatuar, usam camisas pretas e se acham "os" roqueiros. Eu não vou reproduzir aqui o que ouvi por ser uma falta de respeito com um artista que não está presente.

Eu tenho essa mania de tomar as dores de alguns compositores, principalmente dos meus favoritos. E a mania das pessoas de julgar, de falar do que não conhece me enerva demais! Se é tão bom, faz melhor, porra! Por ai tá cheio de gente que mal saiu das fraudas e se acha o expert e não aprendeu nem inglês direito.

São momentos difíceis, sofrimento e depressão que favorecem boas canções. E segundo entrevista do Jerry Cantrell, o guitarrista e também vocal do Alice - que fez uma das mais marcantes parcerias vocais dos últimos tempos com o saudoso Layne Staley - ele compôs "Brother" para tentar construir "uma ponte" entre ele e o irmão mais novo após o divórcio dos pais. O jovem Cantrell ficou com o pai e Jerry com a mãe.

Então, ai ele se expondo e transformando dor em algo belo como essa música. E esse povinho que se acha e vive vidrado na net nem para procurar no Google antes de falar merda. Ah, eu não tenho paciência com isso, sinceramente. E a partir de hoje meu iPod não fica mais descarregado.

Lembrando que eu não faço uma tradução ao pé da letra. Procuro trazer para o nosso jeito de falar.



Brother

Frozen in the place I hide
Not afraid to paint my sky with
Some who say I've lost my mind
Brother try and hope to find

You were always so far away
I know that pain so don't you run away
Like you used to do

Roses in a vase of white
Bloodied by the thorns beside the leaves
That fall because my hand is
Pulling them hard as I can

You were always so far away
I know that pain
and I won't run away
Like I used to do

Pictures in a box at home
Yellowing and green with mold
So I can barely see your face
Wonder how that color taste

You were always so far away
I know the way
so don't you run away
Like you used to do
Like you used to do

Irmão
Congelando no lugar em que me escondo
sem medo de pintar o meu céu com
alguém que disse que eu perdi a cabeça i
rmão, eu tento e espero te encontrar

Você esteve sempre tão longe
eu conheço essa dor
então, não fuja
como você costumava fazer

Rosas em um vaso branco
sangrando pelos espinhos
ao lado das folhas
que caem porque minhas mãos
as puxam da forma mais forte que posso

Você estava sempre tão longe
eu conheço essa dor
e eu não vou fugir
como eu costumava fazer

Fotografias numa caixa em casa
amarela e verde, meio embolorada
então, eu mal consigo ver seu rosto
me perguntando o significado daquela cor
Você estava sempre tão distante
eu conheço o caminho
então, não fuja
como você costumava fazer
como você costumava fazer.


"Brother" - Alice in Chains - Disco: Sap (1992)
Foto: Divulgação